domingo, 25 de outubro de 2009

INICIANDO O TRABALHO COM A TP3



O SEGUNDO PASSO DE NOSSA CAMINHADA...!
O entusiasmo do encontro de abertura do Gestar II motivou ainda mais nosso segundo encontro com os 25 cursistas do programa. A acolhida foi feita com a projeção do slide “Ideário do Educador” – uma reflexão profunda sobre a postura que devemos assumir diante de nossa missão. Em seguida, projetamos a “Oração do Educador” e distribuímos o material didático do Gestar, esclarecendo algumas dúvidas que surgiram após o primeiro encontro.
Estimulamos a apresentação do grupo através da produção do Livro Autobiográfico, através do qual passamos a conhecer melhor a história de vida de cada professor. A dinâmica rendeu ótimos resultados e integrou bastante o grupo.
Em seguida, iniciamos as discussões sobre gêneros textuais, partindo do conhecimento intuitivo de cada educador até que chegássemos à sistematização desse saber. Utilizamos as figuras das páginas 15 e 16 da TP 3 e mediamos as análise até que o grupo percebesse que os conceitos que formulamos estão associados às nossas vivências. A partir dessa compreensão, apresentamos os textos das páginas 19 e 20 da TP 3, solicitando a identificação intuitiva de cada gênero. Daí começamos aprofundar alguns conceitos: o que é texto? O que são gêneros textuais?
Os cursistas definiram muito bem o conceito de texto, exemplificando seu uso na escrita, na oralidade e em diversas situações comunicativas. Quanto a gênero, apresentaram uma certa confusão entre sequência tipológica e gêneros textuais.
Desfeitos os equívocos e aprofundados os conhecimentos teóricos sobre gêneros, a sala foi divida em equipe para a realização de algumas atividades, dentre as quais, ler o Ampliando Referências e socializar aspectos mais relevantes em forma de um gênero qualquer.
O resultado foi excelente: produziram desenho, cordéis, acróstico, convite, noticiário. Foi uma atividade bastante produtiva; aliaram o conhecimento adquirido à criatividade das equipes.
O estudo da Unidade 10 deu-se com a leitura do Iniciando Nossa Conversa. Sondamos, então, o conhecimento dos professores sobre gênero literário e não-literário e anotamos as respostas no papel madeira. Apresentamos o texto “José” e “Lavadeiras de Moçoró” e indagamos: Ambos são literários? Por quê?
Feitos o aprofundamento e os esclarecimentos devidos, retomamos a definição de gênero literário e não-literário dada por eles próprios e pedimos que reavaliassem suas respostas.
Percebemos que, apesar do grupo gostar do gênero literário, o trabalho com esse gênero não é comum em suas práticas. Os professores alegaram que mais difícil trabalhá-lo com os alunos; a análise é mais complicada.
Contudo, compreenderam a importância de trazer esse gênero para a sala e analisa-lo, sem restringi-lo a atividades de declamação, por exemplo.
Os cursistas estiveram atentos o tempo todo e participaram da construção de cada conceito, analisando o que ia bem e o que precisava ser revisto na prática de cada um.
Conversamos, então, sobre a aplicação da prova diagnóstica, após folhear e discutir alguns itens do AAA3, referentes às unidades 09 e 10. Todos aprovaram a idéia de aplicação da prova, que nos servirá como referencial para os trabalhos posteriores.
Foi um encontro gratificante. Cheio de boa vontade, compromisso e vontade de acertar!

3º ENCONTRO

MAIS UM PASSO DA NOSSA CAMINHADA....!

Nosso terceiro encontro aconteceu no dia 13 de outubro de 2009. Iniciamos o dia com uma linda mensagem do Pe. Fábio “ O Caderno”, a partir da qual os educadores puderam revisitar sua história de estudante, suas relações com seus primeiros cadernos. A reflexão final dessa apresentação nos deixou a reflexão do quanto podemos imprimir nas páginas da vida escolar das crianças uma experiência positiva e também como podemos ajudá-las a virar as páginas difíceis por ventura encontradas.
Posteriormente, fizemos, com uso de slides, uma revisão dos conceitos discutidos no encontro anterior (Unidades 09 e 10 da TP3), a fim de que esse conhecimento impulsionasse as novas descobertas sobre as seqüências tipológicas e sua relação com os gêneros textuais.
Todo o trabalho é sempre conduzido por questionamentos, por meio dos quais o grupo interage e constrói sua aprendizagem. Assim conduzimos o estudo das unidades 11 e 12 da TP 3. Iniciamos a abordagem pelas seqüências tipológicas mais comumente trabalhadas pela escola: narração e descrição. Pedimos que os professores caracterizassem essas tipologias e registramos suas respostas no flipsharp. O aprofundamento dessas questões foi feito com a análise da crônica “Comunicação”, de Luís Fernando Veríssimo.
Constatamos, então, que na maioria das vezes o texto escolhido pelo professor apresentava um exemplo puro, de narração ou de descrição. Diante dos relatos apresentamos alguns questionamentos: que conseqüências esse purismo traz para a aprendizagem? Como vocês analisam junto ao aluno as propriedades lingüísticas do texto, o plano composicional, a escolha de vocabulário e formas gramaticais de cada uma dessas seqüências?
Percebemos que essas abordagens em sala de aula precisavam de um aprofundamento mais significante sob pena de reduzir esse trabalho ao artificialismo de textos irreais ou pouco recorrentes no nosso dia a dia. Foi aí que ouvimos de uma professora: O Gestar chegou na hora certa. Precisamos rever muita coisa!
A maioria dos professores socializou seus conhecimentos a respeito da narração, descrição e dissertação. Perguntamos então, qual seria a classificação tipológica de uma receita e de uma previsão de inverno (prática tão comum na nossa região)
Foi um momento de impasse. Titubearam! A partir das respostas apresentadas fomos construindo com o grupo o conceito e a caracterização dos textos injuntivos e preditivos, bem como da sub divisão dos textos dissertativos (argumentativos e expositivos).
Feitas essas considerações, com o apoio das atividades da TP 3, começamos a analisar as diferenças e relações entre gêneros textuais e sequências tipológicas. Para exercitar essa compreensão trabalhamos o texto de Jô Soares, “Composição: O salário Mínimo”, identificando, em equipe, o gênero dessa produção e as seqüências tipológicas empregadas pelo autor.
Em seguida, os professores foram divididos em grupos para avaliar o AAA 3. Nas unidades 11 e 12, os professores indicaram que atividades seriam mais pertinentes para trabalhar o assunto estudado durante o dia no contexto de suas salas de aula, socializando a fundamentação de suas escolhas.
Posteriormente, foram socializados os resultados da avaliação diagnóstica através da planilha de resultados. Nela, cada profissional indicou o número de acertos dos alunos em cada questão. Aos dados revelaram que em todas as escolas, as questões nas quais os alunos obtiveram menor índice de acerto eram sempre as mesmas. Assim, ficou mais fácil identificar que descritores precisaremos trabalhar mais enfaticamente. A avaliação diagnóstica revelou também um dado preocupante: a indiferença/dificuldade dos alunos na produção escrita. Parte considerável não produziu seu texto. Estamos analisando as causas e estudando uma maneira de intervir nessa realidade.
O grupo participou ativamente da oficina e mostrou-se comprometido com a busca por melhores resultados. Estão sendo verdadeiros construtores do Gestar II!

LANÇAMENTO DO GESTAR EM QUIXADÁ




LÍNGUA PORTUGUESA FORMADOR-CURSISTA: LINÉIA MOREIRA MACIEL
FORMADORA-UnB: Guiana de B. Sousa Izaías No DE CURSISTAS: 25


Em Quixadá, a aula inaugural do Programa Gestar II ocorreu no dia 19 de setembro de 2009. Compareceram à solenidade de abertura os professores e gestores municipais que, num clima de muita expectativa, ouviam atentos as colocações do formador municipal do Gestar II. Compreendido funcionamento geral do programa, os educadores foram estimulados a “abraçar” a proposta como forma de levar às crianças e adolescentes do município uma educação comprometida com o sucesso do aluno, pautada no embasamento teórico aliado à prática, numa constante ação-reflexão. Os discursos da gerente municipal da Educação Básica (Aurinete Costa), da representante da CREDE 12 (Eliane Brito) e da Secretária da Educação (Lígia Saraiva Leão) revelaram um especial apoio a essa iniciativa e, sobretudo, a credibilidade no trabalho de cada educador contemplado por essa proposta. Também contamos com a presença da professora Neiva, representante do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, que manifestou sua satisfação com o anúncio dessa formação para os professores de Quixadá.
O desafio foi posto. E, como o intuito de aguçar a sensibilidade de cada profissional sobre a necessidade de repensar sua trajetória como aprendiz e como mediador do conhecimento, exibimos o filme/documentário “O Saber e o Sabor”, a partir do qual foi feita a reflexão sobre a degustação prazerosa que devemos dar ao processo de ensino-aprendizagem.
Após algumas colocações referentes à logística do curso, distribuímos o kit do Gestar II para cada professor (blusa e bolsa).
A receptividade dos profissionais da educação foi muito positiva. A semente foi lançada; a colheita virá como fruto do nosso empenho e compromisso.
Bons ventos soprem sobre todos nós!

GÊNEROS TEXTUAIS - Ampliando Conhecimentos

AMPLIANDO CONHECIMENTOS

“ O uso e funcionamento significativo da linguagem se dá em textos e discursos produzidos e recebidos em situações enunciativas ligadas a domínios discursivos da vida cotidiana e realizados em gêneros que circulam na sociedade”.
LUIZ ANTÔNIO MARCUSCHI

O material do Gestar II é sem dúvida, de alta qualidade. Além disso, também nos estimula a aprofundar os temas abordados como forma de encaminhar adequadamente e com segurança, os encontros com os professores.
O livro do professor Marcuschi “Produção Textual, Análise de Gêneros e Compreensão”, edição de 2008, em sua segunda parte, aborda os gêneros textuais no ensino da língua segundo os princípios sociointeracionistas tão bem defendidos e exemplificados pelo autor. A leitura desse capítulo cai como uma luva no trabalho como a TP3, possibilitando-nos uma compreensão ainda maior da concepção de linguagem desse mestre.
Vale a pena conferir!

sábado, 24 de outubro de 2009

MEU MEMORIAL

MEMÓRIAS... REVISITANDO O PASSADO
Relembrar nossa trajetória de vida é sempre algo especial. O filme que se passa no esconderijo do nosso “eu” revela nossas lutas, conquistas, vitórias, medos, ansiedade. É diante desse filme que chegamos à conclusão de que o importante na vida é lançar-se na e para a própria vida.
Uma parte do que nos acontece e do que realizamos é efêmera. Outra, firme companheira da vida inteira. E é justamente nessa segunda possibilidade que se encaixa a influência de uma das brincadeiras preferidas de minha infância: a escolinha.
Nessa brincadeira, sempre convencia os amiguinhos a serem os “meus alunos”. Num quarto do final da casa, improvisava uma lousa, arranjava folhas e lápis e ia alfabetizar e ai daquele que deixasse letra borrada ou manifestasse indisposição para cumprir as tarefas. Era sermão na certa.
Dessa forma, já havia definido minha profissão: seria professora. Para mim, nada nem ninguém poderia mudar essa decisão. Nem mesmo a insatisfação do meu pai diante de minha vontade. Ele sempre advertia: Minha filha, você gosta tanto de estudar! Não queira ser professora. Não tem futuro. (Naquela época o salário dos professores era ainda menor que o de hoje). Ainda assim continuava me imaginando com a “tia Linéia” e continuava encantada pelos meus cadernos, cartilhas e tudo que me enchesse os olhos de letras.
Minha alfabetização foi marcada por muito carinho. As “tias” sempre me estimulavam a ir cada vez mais longe no aprendizado e o gosto pela leitura e pela escrita sempre me acolheu no universo escolar. Quanta saudade da minha cartilha “João e Maria”!. À revelia de todas as críticas de especialistas do ensino quanto ao método silábico, foi essa amada cartilha que me abriu as portas do conhecimento.
Consigo relembrar os textos soltos, mas encantadores para mim naquele momento (João vê o mato. Maria vê o mato...), as músicas que separavam uma lição da outra, as gravuras e as famílias silábicas nos quadradinhos azuis da cartilha; tudo com cheiro de descoberta!
E assim fui me lançando na vida escolar: com um acentuado gosto pelo estudo permeado pelas inumeráveis traquinagens próprias da infância. Vivi intensamente cada ida à escola, sempre me imaginando no lugar de minha alfabetizadora “tia Albânia.”
Em casa não havia livros para leituras extras. Contudo, o incentivo para ler toda e qualquer historinha que chegasse às minhas mãos através de empréstimo ou de presentes de uma de minhas tias esteve sempre presente.
Embora meus pais tenham cursado apenas o Ensino Fundamental (incompleto), a valorização do estudo, o apoio e acompanhamento à escola nunca me faltaram. Nem a mim e nem aos meus três irmãos.
No final da tarde, quando o fusca amarelo de meus pais apontava na esquina da rua, sabia que era hora de nos reunirmos para ouvir como fora a viagem (as vendas). Depois disso, os vendedores ambulantes de confecção sempre perguntavam: E na escola, como foi?
Envolvida por esse incentivo, me dedicava cada vez mais. Sabia que aquilo enchia meus pais de orgulho. E dentre os quatro filhos do casal, coube a mim receber o maior investimento nos estudos, dada a minha dedicação à escola. Assim, no início do Ensino Fundamental II, em 1987, fui matriculada em um dos melhores colégios particulares da cidade até que concluísse o Ensino Médio, o que me auxiliou na aprovação no vestibular em 1995.
Em 1998, aquela brincadeira de infância tornou-se realidade. Inscrevi-me num concurso municipal e aprovada, iniciei minha vida profissional na educação em um Distrito de Quixadá, Juá – situado a 36 km da sede do município.
Era, então, professora polivalente em uma turma de 8ª série. Em 2001, o município me fez um convite para assumir a coordenação pedagógica de outro Distrito: Várzea da Onça.
O desafio era grande, mas, em 2001, deixei meu amado Juá, onde lecionei nas séries iniciais e finais, e em todas as disciplinas. Trazia de lá um exemplo de humildade do gestor, o companheirismo dos colegas, a acolhida da comunidade e o carinho e saudade de minhas turmas.
No novo local de trabalho, permaneci na coordenação até 2003, quando a então Secretária me convidou para assumir a Direção do Distrito. Novamente aceitei e vivi experiências muito positivas e desafiadoras na Várzea.
Em 2004, o Estado convocou os aprovados no concurso que fora realizado em 2003 e aí decidi colocar a minha função à disposição, pois compreendia ser inviável conciliar a Direção com as aulas da escola estadual, onde já era professora temporária.
Ao entregar a função da rede municipal, recebi o convite para integrar a equipe da Secretaria Municipal da Educação, onde permaneço até hoje.
As experiências em diferentes lugares e redes de ensino possibilitaram o conhecimento de diferentes contextos e de seus respectivos desafios e possibilidades. Além disso, testemunhei que muitas sementes são lançadas dia a dia no chão das escolas. É preciso, contudo, que haja determinação, compromisso e sensibilidade do educador para fazer germinar a semente. Assim, florescerá a aprendizagem.
Linéia Moreira Maciel

terça-feira, 20 de outubro de 2009

GÊNEROS TEXTUAIS

Cordel : Os gêneros textuais ontem e hoje

Atenção caro leitor

Para o que iremos falar

Um tema muito importante

E presente em todo lugar

Os gêneros textuais

Definição e funcionalidade vamos mostrar

Antigamente era a carta

Um grande meio de comunicação

Pois dessa forma expressávamos

Toda a nossa informação

Valorizando dessa forma escrita

Coisas que hoje não se vê mais não.

O tempo foi passando

E a tecnologia aqui chegou

É TV, rádio e telefone

E o tal do computador

Que facilita a nossa vida

Mas dessa cultura nos distanciou.

Mas é importante ressaltar

Que todos os meios é fundamental

Para nos comunicar

E haver uma interação social

Não importando o meio ou gênero

Se comunicar é o essencial.

Portanto acreditamos

Que todos os gêneros têm sua função

Não importando tanto o suporte

O primordial é a comunicação

Por isso caros colegas

Não esqueçam essa lição.




* Texto produzido coletivamente pelos professores na I Oficina do Gestar II, em 22.09.09